quinta-feira, 29 de março de 2007

Patê "Bombado" para Discus


Em post anterior foi falado superficialmente sobre a alimentação dos discus. É lógico que em cativeiro não podemos muitas vezes fornecer aos nossos peixes o mesmo menu que as espécies encontrariam na natureza. Outro fator é que muitos dos discus adquiridos, não são exemplares selvagens, ou seja, são criados em cativeiro e com uma alimentação diversa de seu habitat natural. Para dar um up grade na alimentação de seus discus provocando seu desenvolvimento pleno, sugerimos a receita de patê que segue:
Ingredientes:
· 01 coração de boi: retirar pele de ambos os lados, sem nervos e veias (1,5 Kg viram 700 grs. Limpo), corte a carne dos dois lados. · 150 gr de salmão fresco · 250 gr de vôngole · 250 gr de mexilhão · 04 cenouras cozidas no vapor · 02 maços de espinafre (sem talos) cozido no vapor · 02 sardinhas sem pele e espinhas · 02 dentes de alho · 02 cápsulas de Centrum (vitamina) · 03 cx de gelatina sem sabor, dissolvida em água morna. · 150 grs de camarão fresco sem casca
Preparo:
Bater os ingredientes, aos poucos no liquidificador, com pouca água e misturar. Após o preparo, guardar no congelador. Rendimento aproximado: 1,2 Kg de patê
Observação importante:
Cabe ressaltar que tal alimentação é utilizada geralmente por criadores de discus, e tais criadores efetuam TPA's (Trocas parciais de água) em larga escala. Tal fato deve-se a grande "poluição" da água em virtude de sobras de alimento não ingeridos pelos peixes, que ficam no aquário. Sendo assim, aquaristas menos experientes devem efetuar TPA logo após a alimentação dos peixes, para evitar que caia a qualidade da água prejudicando seus exemplares.


terça-feira, 27 de março de 2007

A Reprodução do Acará disco


O acará disco é um exemplar ovíparo, cuja reprodução está diretamente associada à possibilidade de proporcionar às matrizes as qualidades de água, iluminação , alimentação, etc, mais próximas possíveis ao habitat natural da espécie. Um aspecto dificultador é que não se consegue distinguir visualmente , quais exemplares são machos e fêmeas, bem como o fato da formação de casais dar-se de maneira espontânea.
O tanque de criação deverá ter entre 75 a 114 Litros , não possuir substrato, possuir um aquecedor que mantenha a temperatura nos padrões adequados, um filtro esponja (interno) e um receptáculo de desova, onde você deseja que o casal deposite os ovos. Além disso, é ideal que se cubra o fundo e laterais do aquário de reprodução com uma cartolina colorida em tons claros como azul claro, verde ou bege.
O receptáculo pode ser um pedaço de ardósia, tijolo, um vaso de flor invertido, um cone de reprodução (fabricado justamente pra esse fim) ou um cano de pvc grudado a uma base. O casal prefere desovar em uma superfície estável e vertical, que será limpa vigorosamente pelo casal no período do “namoro”.
Um conselho é não incluir qualquer outro peixe,caramujo ou animal aquático no aquário de reprodução, para evitar stress do casal e acidentes do tipo caramujos devorarem os ovos durante a noite.
A iluminação é a mesma colocada anteriormente, luz do sol indireta já supre as necessidades, porém iluminação artificial também é bem vinda.
Quando o casal já se encontra no aquário de reprodução e pronto para o acasalamento apresentam o comportamento de se sacudir um em frente do outro, às vezes abanando , às vezes mordendo um ao outro. Ambos também irão nadar um em direção ao outro em grande exibição de cores com todas as suas barbatanas esticadas.
A desova geralmente é de 200 a 400 ovos e leva em torno de duas horas para se completar inteiramente. Após isso o casal fica cuidando dos ovos, retirando os atacados por fungos, etc. Neste período os pais podem ser alimentados, porém com muito cuidado para não assustá-los. A eclosão ocorrerá em 3 dias (dependendo da temperatura da água).
Após a eclosão os pais ficarão mudando os filhotes de lugar para melhor protegê-los e separá-los dos ovos não eclodidos e atacados por fungos. Enquanto os alevinos se tornam mais e mais ativos, a cor do corpo dos pais irá se tornar escura. No final do terceiro dia após o nascimento, todos os peixes começarão a nadar e se agruparão em torno dos flancos dos pais.
Nos primeiros dias os filhotes se alimentam do muco dos pais ficando aderidos a eles dia e noite. Após 10 dias, os alevinos se apresentaram mais arredondados e podem ainda ser alimentados apenas pelo muco dos pais até atingirem 1cm de diâmetro. Alguns separam os filhotes dos pais, porém é adequado que os filhotes fiquem por 3 semanas em conjunto com os mesmos. Passada esta fase, deve-se observar cuidados com a alimentação e limpeza do tanque. Para a alimentação náupilos de artêmia recém eclodidas são as mais usadas pelo seu alto valor protéico. Daí em diante , deve-se observar os aspectos de manutenção e alimentação adequadas para que se complete o ciclo de vida desta maravilhosa espécie.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Acará Disco: O Rei dos aquários


O acará disco é um peixe tropical Sul Americano , encontrado na temporada das cheias em rios e afluentes do Rio Amazonas. Peixe genuinamente brasileiro, o acará disco é amplamente exportado em sua forma nativa, sendo os principais pontos de exportação as áreas de Manaus e Tefé, na região norte. Pena que nós brasileiros, fiquemos em segundo plano na aquisição desses exemplares amplamente valorizados no exterior , embora seja a espécie, um patrimônio de nossa fauna. Como também vem acontecendo com espécies de peixes para pesca esportiva, nossos peixes saem do país a “preços de banana”, são melhorados geneticamente no exterior e depois retornam para o Brasil com preços exorbitantes, daí a existência de tantas variantes do acará disco, de cores magníficas, fruto de trabalhos principalmente na Ásia , Europa e EUA . Um aspecto positivo é que graças à tecnologia, hoje conseguimos adquirir exemplares no exterior e até mesmo no Brasil, de variantes híbridas com um simples clicar de mouse, embora o preço ainda seja pouco acessível aos padrões monetários do brasileiro. Importante salientar a necessidade de regulamentação da pesca da espécie nativa, visto que como acontece com os néons, a espécie tende a ser reduzida e em poucos anos ficar ameaçada. Porém , não nos cabe neste artigo somente a crítica à pesca predatória, e exploração de nossa fauna no exterior, mas informar dados importantes sobre esta espécie que muitos consideram a mais bela no que tange ao aquarismo de água doce. 

Habitat Natural :

Os discos em sua forma nativa, são principalmente encontrados em afluentes superiores do Rio Negro e Madeira, bem como em lagos adjacentes criados por inundações, lagos estes que apresentam águas com PH entre 4,0 e 6,9 , temperatura da água mediamente constante em 27oC com baixos níveis de nutrientes. Os discos vivem em grupos, geralmente entre troncos ou raízes submersas que são expostas a luz indireta do sol. Cabe lembrar que o amplo sucesso na manutenção de um peixe ou planta em cativeiro é diretamente proporcional à sua capacidade como aquarista de reproduzir o habitat natural das espécies. 

O primeiro aspecto a ser observado é que a água deverá conter um Ph o mais próximo possível do seu habitat natural (4,0 a 6,9) e dureza por volta de 17 dH, além de aspectos quanto a qualidade (pureza) da água. Trocas parciais são bem vindas , para se manterem inclusive os parâmetros de pureza. A temperatura da água deve estar em média entre 27oC a 29oC e não pode apresentar variações abruptas. A filtragem da água deve ser bem avaliada pois a qualidade da água é muito importante para a saúde dos exemplares, melhores informações podem-se obter no próprio site. Boas companhias para os discos em aquários comunitários, são aqueles ditos menores e de nado mais lento como: corydoras , tetras, cascudos, apistogramas, etc, que por sinal apresentam exigências semelhantes aos discos quanto aos parâmetros de temperatura, qualidade da água, etc. Peixes rápidos e de índole mais agressiva não são adequados. As plantas a serem utilizadas devem ser tolerantes aos parâmetros do peixe, sendo as espécies amazônicas as mais aconselháveis. Quanto ao tamanho do tanque devemos lembrar que os exemplares quando adultos atingem um tamanho considerável, aliado ao fato de serem peixes que gostam de viver em grupos, a necessidade de espaço aumenta bastante. Assim sendo, aquários de pelo menos 190 l. são adequados para a manutenção de 9 exemplares adultos, porém deve-se atentar aos parâmetros da água. Quanto aos demais fatores de montagem, se assemelham à montagem de aquários normais, a não ser pela não exigência de muita luz (apenas indireta do sol), porém se desejas um aquário plantado, deve-se seguir as regras de iluminação de 1w/l. avaliando que luz excessiva não agrada o acará disco. 

Pesquisadores avaliaram que em seu habitat natural, os acarás disco se alimentam de larvas de insetos, camarões de água doce, pequenos crustáceos, frutas , sementes e etc. Dessa maneira o ideal é que forneçamos uma variedade de alimentos para que as espécies tenham uma dieta balanceada. Existem rações industrializadas específicas para os discos de boa qualidade e composição, mas além delas é aconselhável também administrar outros alimentos vivos como Daphnias, tubifex, blood worms, larvas de mosquito e pequenas minhocas. Devemos tomar cuidado com alimentos vivos no que tange a poluição da água pelas sobras que podem vir a ficar no tanque. É importante saber, que ao administrar somente alimentação viva, seus peixes deixarão de apreciar a alimentação industrializada o que pode complicar o manejo do peixe. 

Os discos estão suscetíveis as mais variadas doenças e parasitas que atacam os peixes de água doce, como o tratamento de doenças geralmente demoram e muitas vezes não dão resultados efetivos o ideal é a prevenção, sendo os passos abaixo, grandes aliados na erradicação de doenças: · Dieta balanceada e ambiente limpo e saudável · Evitar mudanças repentinas no ambiente: pH, dH, temperatura, etc. · Cuidado na aquisição de novo exemplar · Não jogar medicamento em todo tanque quando apenas um indivíduo se apresentar com suspeita de doença. O tratamento das doenças dos discos, são as mesmas averiguadas para os demais peixes. 

Este texto é apenas uma forma de conhecimento inicial sobre a referida espécie, contribuindo para que sejam oferecidas as melhores condições possíveis à manutenção dessa maravilhosa espécie.